quarta-feira, 7 de setembro de 2016



$er Errado 

A sociedade caminha de olhos fechados,
o cerrado está sendo aberto.
Às corredeiras caminhamos para o Abismo,
somente da Janela nos protegemos desses Saltos.

O caminho tem Segredo 
e não se encerra em Silêncio.
Diante do Encontro das Águas 
rogamos aos Anjos e Arcanjos.

Que não parem o Moinho,
Pois há de haver outro caminho,
onde sejamos sementes e não dementes.

Da estrada, a toda mirada vê-se os impactos a olhos nus,
fruto sem semente da monocultura caolha e vesga.
Agroescárnio do homo $apiens $apiens.

Marcos Guedes


Eu me liberto quando me ergo, abraço, entrego, sonho, recomeço e acredito em tudo de novo.
Sou livre quando me uno à esperança dos que estão nessa causa junto comigo.
Acima de tudo, sou livre e me empodero, quando desvendo os mistérios da existência e percebo que a força que está ao meu redor e unida a mim, é muito maior do que as barreiras que encontro em meu caminho.



Giselle Maria 

Eu olho e me lanço.
Me lanço na perspectiva de que a esperança que tenho, se transforme dia após dia, em fluido puro, em natureza verde, em união a favor da vida.



Eu olho e me entrego.
Me entrego à fluidez das águas, similar à dos meus pensamentos, anseios e crenças, que percorrem caminhos, contornam obstáculos e se reestabelecem mais fortes a cada instante.



Eu olho e me renovo.
Me renovo na fé e acredito no fluxo da força criadora, que empodera a essência primordial de todos os seres e faz eu me perceber a todo momento, parte da transformação e força deste Universo, do qual desfruto e pertenço.



Giselle Maria 


Me ajoelho aos seus pés, 
Peço, rogo, não nos deixe!
Água pura 
Abundância
Banhe as matas
Inunde as pedras
Lave meu corpo
Que de suor, sujeira e veneno
Pede socorro
Andei por caminhos tristes
Vi a morte por todos os lados
cheguei até aqui pra lhe suplicar
não desista , resista.
Faça tua força brilhar
Em teu colo agora vou descansar


Pri Lima





Parque Nacional
Destino mundial
Portal da Chapada
Nossa terra amada
Guardião do Cerrado
Patrimônio guardado
Que por suas trilhas
De um dia ou Travessias
Fiquem contatos, surpresas, encantos!
Que por todos seus cantos
Seus banhos e flores
Qual caminho tu tomes
Ele toque seu ser
Faça florescer
O amor ao Cerrado

Thiago Roots​

O céu fica cinza
O ar ainda mais seco
A natureza grita
Encurralada em um beco
O fogo se alastra
A vida vira drama
A tristeza toma conta
Do coraçao de quem ama
Uma arvore cai 
Dominada pela chama
Animais que se vao
Cedo demais para o céu
Labaredas de vida
Queimam como papel

Os guerreiros se unem
Abafadores em punho
Imagens da seca
Que se agravam em junho
Buritis em chamas 
Nos invade o desgosto
A luta que aumenta
Chegamos em agosto
A cegueira faz um homem
Botar fogo no mato
Sem perceber que é a si mesmo
Que ele queima de fato

Ivan Anjo Diniz







Dos galhos retorcidos do poder
Nao nascem frutos ha tempos
Apodrecidas as bases da democracia
Fétidos momentos se descortinam
A liderança exercida pelo medo nao prosperara
As sombras se debatem tentando em vao
Resistir contra os raios da manha que se aproxima
Mas assim como a noite nao consegue
Impedir o brilhar da aurora florescente
A repressao, decrépita em suas bases
Nao podera vencer o vigor das vozes da justiça
Mesmo que nossas maos sejam amarradas
Ou nossos olhos chorem com a fumaça
Nada ira calar nossas vozes de revolta e resistencia.
Somos filhos da luta
Somos vencedores.


Ivan Anjo Diniz



Ó pátria amada
Devastada
Salve! Salve!

Brasil, um bioma imenso, precioso e rico
Com amargor e muita matança o fogo cresce
Se em teu vermelho céu, enfumaçado e crítico
A imagem do cerrado queimado padece 


Giselle Maria

11 de setembro - Dia do Cerrado

celebrar-te:  uma ação diária
entender-te: um mistério encantador
apaixonante és para quem experiência seus ciclos
Cerrado meu amado Cerrado
não desistirei de ti
não tens preço, porém és de valor inestimável
Pela força, leveza, beleza, pureza, diversidade, abundância, sabores e saberes parabenizo-te, honro-te, amo-te!


Sigo cerrado a dentro
Jogo sementes no ar
Cagaita, pequi, jatobá
Buriti, bacupari e ingá 
Faço bombar de sementes 
É coisa simples preparar:
Pego terra, argila e água e misturo sementes até moldar...
Uma bomba bola de sementes
E saio como um guerrilheiro a bombardear
É tempo de plantar!


Aurora Liuzzi

Contemplei mais uma vez a natureza.
O encanto e aroma matinal traziam um ar de reflexão.
Nascer do sol, pássaros, árvores, o sentir do vento.
Ah, tanta Paixão!
Ao caminhar na alegria do sentir, olhei ao lado.
Uma flor a se Despir!
Pensei por mim: Por que ela está assim? 
Se nessa terra há rios, cristais, Kalungas, gurus e vários animais.
Logo então tudo se calou, ao redor um pedaço do Cerrado que o homem desmatou;
Nem o silêncio dos gurus adiantou, bem ali está há natureza mostrando seu tumor.
Seu tumor inunda flor.
Quando ele grita, não a flor que resista!
Não tem Kalunga, não tem senhor, não tem remédio seu Doutor!
Sobra incompetência 
Tanta imprudência
O poder não tem pudor!

Devolve o Cerrado, Por((Amor))!


Karime Abdala



Procuro vida.
Me julgo semente.
Me quero presente,
na raiz, 
no caule, 
na folha, 
na flor, 
no fruto.
Anseio água.
Me semeio.
Me permeio.
Me cultivo,
quase vivo.
Me aprofundo.
Neste profundo desejo 
de germinar.


A.J. Lobone




Abrem-se as cortinas do mundo
Desabrocha a natureza
Aflora com Amor da mãe Terra
A rainha musa do universo
Desfila jorrando imponente
Água, pura e cristalina
Objeto da criação divina
És o elemento que poderia ser par
Mas és impar
Na formação dos oceanos
Rios, nascentes, cachoeiras, igarapés, lagoas, córregos, cataratas, minas d'agua, olhos d'agua...
Agua,
Tua composição é milenar
Vens com a origem do mundo
Aqui, no cerrado, berço da sua riqueza, fonte de vida para tantos que longe daqui vivem, estas fluindo,
Estás em todos os espaços
Gotas... gotas... gotas da vida! A ti, só nos cabe sermos somente agradecidas <3
Estás no corpo humano
Nas fontes contínuas
Nos fluxos hidráulicos
No saneamento, na saúde pública.
A água habita entre nós...
Habita dentro de nós




Carole Rodrigues






Campanha de Castração

animais ditos racionais
descontectados
domesticados
raivosos
ambiciosos
estressados
procriam sem controle pelo mundo 


Me rendo aos braços da mãe sendo filho que precisa de colo 
E me embalo em suas raízes mais profundas num aconchego silencioso, onde percebo a criação e me torno parte do todo 
E imagino como fui tolo em não ter procurado antes o colo de mãe pra me cuidar. 

Camilla Santiago

Maytrea é o buda do amor,
ele floresce o paraíso em seu jardim de cor
Sem ainda ter reencarnado já se faz presente no cerrado nos momentos de contemplação
No aqui e agora
eu observo esse jardim que é imensidão
e me sinto tranquila e calma
com um sentimento de gratidão



Camilla Santiago


Não dá pra se acalmar
Se ao redor tudo falta ar
Não dá pra se alegrar 
Com o pensamento egoísta 
daquele que faz a ferida
em natureza explorar...
Do que adianta tanta exuberância
Se lhe sobe a ganância do que é “ser”...
Parecer, distorcer, desfazer, favorecer, corromper, esquecer....
Quantos (Er’s) pode chegar o seu EU.
Que é ser?
Não dá para entender. 
Não vou ser. 
Vou crescer assim mesmo. 
Sem ser 
Esquecer.
Passou um turbilhão
E fez um buracão
Agora eu tenho que ficar aqui
Com um olho aberto, outro acordado.
E nessa vou contando os passos 
nesse caminho duro do futuro,
dá-os em liberdade 
enquanto não alcances não descanses, 
de nenhum fruto queiras só metade.


Karime Abdala



O que compõe um patrimônio mundial natural... um título ou a realidade visível?
O cerrado se extingue de forma banal, você e eu ficarmos parados assistindo, a consequência será irreversível.
Se não mudarmos esse cenário, o resultado será fatal... e o que antes era motivo de celebração, se tornará uma realidade terrível.



Giselle Maria

Repousa lobeira
Seu fruto maduro é benção que amansa o guará
Buritis tranquilos guardando segredos das águas de lá

Cerrado organismo
Coração das águas explode as represas
Bombeia os rios que em leitos escorrem, veias brasileiras

Abriga os ritos
Seus filhos entoam sons de gratidão
Os pés e as preces, adornos celestes que enfeitam o chão

No canto bonito
Que flora nas curvas de toda vereda
Se alimentam sonhos, bravios espíritos da natureza

Verdade se perde
Se vida é commodity a se arrematar em leilão
Mas tudo é chão! E chão sempre retoma o que é seu

Eduardo Garcês Viana


Quando estou entre as árvores,
principalmente as sucupiras e os jatobás,
e igualmente o ipê, o pequi e o jacarandá 
elas me dão tantas dicas de contentamento
Eu quase diria que elas me salvam, diariamente.
Estou tão distante da esperança de mim mesmo
e então eu tenho bondade e discernimento,
e eu nunca ando com pressa pelo mundo,
mas caminho devagar, e me curvo muitas vezes.
Em volta de mim as árvores misturam suas folhas
e chamam, "Fique um pouco mais".
As luzes fluem dos seus galhos.
E elas chamam de novo, "é simples," elas dizem,
"e você também veio à esse mundo pra isso, 
pra ir com calma, 
pra ser preenchido com luz, 
e para brilhar.


Mary Oliver


deixa ser flor,
deixa secar, 
deixa cair, 
deixa molhar, 
Só nao deixa essa terra aos egoistas capitalistas conquistar, cuida do que é nosso, pra que essa terra, o pão e agua continue a nos abençoar. 
Nao faz sofrer esse solo que o sol segue na batalha de aquecer, a chuva de abençoar e os passaros que aqui querem continuar a morar  
Permitam-se amar e respeitar, sonhar tudo que tens direito, pois são os sonhos que acendem o brilho em nossos olhos e que nos fazem acreditar no desabrochar e florescer do amanhã.
Proteja com unhas e dentes, é aqui o berço da maior fonte de vida nascente. 
Nosso Cerrado tem implorado: Não me maltratem, me tenham cuidado!!!

Carole Rodrigues




Abençoado, o bioma intocado
outrora puro e preservado
Destino incerto, conturbado, equivocado
caminho do Cerrado
A cada curva desmatado; torturado, aniquilado
por ambição...
Berço das águas, sinônimo ressurreição
o paraíso clama atenção.



Lucas Oyapock

Capitalismo desenfreado, modernidade massificante, consumo demasiado.
Sob meus pés, um descarte inútil e imundo do que a sociedade produz.
Você, desumano, ser imperfeito, gera lixo e consequências à revelia do que é natural.
Não se engane, nem se iluda: não dá para jogar fora!
Como achar que existe lá fora, se tudo é depositado aqui dentro do planeta Terra?
O que você faz, é tirar de perto de si.
Seja responsável por aquilo que produz e não mais lhe convém.
Repense seus atos, reduza suas marcas, reutilize seus resíduos, recupere seu potencial e recicle sua mente. Reaja enquanto há tempo!



Giselle Maria 





Corre, que este paraíso está ameaçado
Se mexe que muito pouco vai sobrar do cerrado
Se deixarmos os mesmos destruidores do passado
Decidir o que deve ser preservado
A ajuda de cada um é muito importante
Seu apoio, sua força mesmo distante
Basta ter sido tocado por essa terra cristalina
Para entrar nessa luta que se aproxima



Ivan Anjo Diniz 


A natureza tem alma e essa alma se enfraquece com a ameaça constante de extinção.
Dizimar a natureza é dizimar a si mesmo.
A alma da natureza é a nossa alma.
A extinção é para o bioma, a extinção é para nós.




Gisele Maria





Hei, Doutor do agronegócio. 
Porque faz alimento com veneno?
Não vê que com isso tudo está se desfazendo...
E quando o azul do céu desaparecer?
O solo apodrecer...
E tudo adoecer?
Então seu Doutor...
Nessa de enriquecê!
Tudo ira desaparecer, inclusive Ocê!
Deixe o cerrado em paz....
Os rios agradecem, inclusivê os animais!


Karime Abdala  

Por que arrancaste de meu seio o que te nutre?
Por que invenenas o utero que te gerou?
Por que destroi-me em sua ganancia e mesquinhez?
Por que me secas, me exaures em meus líquidos?
Por que não ves que sou sua mae, que és meu filho.
Sou Pachamama e sempre estive em seu auxilio.

Ivan Anjo Diniz